Mastite Bovina: Saiba como tratar essa condição em seu rebanho
Para quem lida com criação de gado, o cuidado com a saúde deve ser constante já que as diferentes condições de saúde não só trazem danos ao animal, como também podem gerar uma série de prejuízos caso não sejam observadas e tratadas. A mastite bovina é uma das condições mais desafiadoras e custosas enfrentadas pela indústria leiteira global.
A mastite é uma inflamação das glândulas mamárias das vacas, comumente causada por infecções bacterianas. Essa condição pode afetar tanto a saúde do rebanho quanto a lucratividade dos produtores.
Em relação às consequências econômicas, elas podem ser significativas, pois a mastite reduz a produção de leite e compromete sua qualidade. Já imaginou receber um relatório informando que o seu produto não atende aos padrões comerciais exigidos pelo mercado?
Certamente isso é um grande impacto para quem lida com a comercialização de leite, seja em território nacional ou no contexto de exportação.
Se você pensa que a mastite resume-se somente no comprometimento do produto, está enganado. Quando se fala de custos, existe também um aumento nos gastos com tratamentos veterinários e, em casos graves, a mastite pode até levar ao descarte do animal.
Com base nas 7 perguntas mais frequentes feitas pelos usuários na internet, abordaremos desde as causas e sintomas até estratégias de prevenção e tratamento da mastite.
As 7 principais perguntas sobre mastite bovina feitas na internet
Nossa intenção com essas 7 perguntas é fornecer um guia que possa servir como um recurso valioso para produtores que buscam não apenas entender melhor essa condição, mas também implementar medidas eficazes para proteção do rebanho.
1. O que é mastite bovina?
A mastite bovina consiste em uma inflamação da glândula mamária em vacas produtoras de leite. A mastite pode ser causada por diferentes agentes patogênicos, como bactérias, vírus, fungos ou protozoários.
A inflamação pode afetar uma ou mais glândulas mamárias e tem impacto direto no bem-estar do animal, além de prejudicar a produção e a qualidade do leite.
Dentre os agentes patogênicos, podemos citar:
Patógenos Contagiosos: Esses agentes geralmente são transferidos de vaca para vaca, em situação de ordenhas.
Staphylococcus aureus
Streptococcus agalactiae
Mycoplasma sppos
Patógenos ambientais: Esses agentes estão presentes no ambiente, e geralmente se proliferam por questões de higiene do local onde elas permanecem.
Escherichia coli (E. coli)
Enterococcus spp
Klebsiella spp
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2. Quais são os sintomas da mastite em vacas?
É muito importante saber identificar os sintomas, pois nem sempre os produtores contam com veterinários de plantão para realização de auditorias de saúde nos animais.
Os sintomas da mastite em vacas podem variar, mas geralmente incluem:
Aumento da temperatura da glândula mamária
Inchaço, vermelhidão e sensibilidade ao toque na região afetada.
Presença de secreção anormal no leite, como pus, sangue ou coágulos.
Mudanças na consistência e no odor do leite.
Redução na produção de leite.
Letargia e falta de apetite.
Você pode perceber que a análise envolve quase todos os sentidos, ou seja, você precisa sentir a temperatura, mas também deve avaliar informações visuais e olfativas para tirar uma conclusão e formar um diagnóstico.
3. Quais são as causas da mastite bovina?
Como informamos anteriormente, a mastite bovina geralmente é causada por agentes patogênicos, os quais podem ser patógenos contagiosos ou patógenos ambientais. Contudo, existem outros fatores além de questões bacterianas, que são:
Lesões no úbere durante a ordenha.
Má higiene durante a ordenha.
Estresse físico ou mental das vacas.
Problemas de manejo alimentar ou nutricional.
Isso quer dizer que, mesmo que seu ambiente esteja livre de bactérias prejudiciais aos animais, o fator higiênico e também psicológico (stress) pode ser um dos causadores da mastite nas vacas leiteiras.
4. Como prevenir a mastite em rebanhos leiteiros?
A prevenção pode acontecer de diversas maneiras, e todas elas estão relacionadas às causas que abordamos em seções anteriores. Listamos abaixo algumas boas práticas que você mesmo pode adotar em seu rebanho:
Mantenha uma boa higiene durante a ordenha (Mãos de quem ordenha, as tetas do animal e os instrumentos utilizados na ordenha).
Utilizar práticas de ordenha assépticas para evitar lesões no úbere.
Manter instalações limpas e bem ventiladas (manter uma rotina de limpeza diária)
Fornecer uma dieta balanceada e adequada às vacas, já que a má alimentação pode deixá-las vulneráveis pela baixa imunidade.
5. Quais são os tratamentos disponíveis para a mastite bovina?
Caso você tenha identificado a mastite nos animais, qual o primeiro passo? Listamos aqui alguns tratamentos que você já pode providenciar para tratamento dos animais:
uso de antibióticos específicos para combater a infecção bacteriana
terapia anti-inflamatória e analgésica, para aliviar os sintomas e promover a recuperação do animal.
É importante ressaltar aqui que, em alguns casos graves, você terá que descartar o leite da vaca durante o período de tratamento, pois o uso dos medicamentos bem como as terapias anti-inflamatórias podem comprometer a qualidade do produto.
6. Como a mastite afeta a produção e a qualidade do leite?
Essa é a questão que mais preocupa os produtores, pois, geralmente quem realiza essa questão é porque já está com animais identificados com mastite. Neste contexto, fica a grande dúvida, será que essas vacas estão produzindo leite sem a devida qualidade?
A resposta é “SIM”. A mastite tem um impacto significativo na produção e na qualidade do leite. Vacas com mastite produzem menos leite e podem apresentar alterações na composição do leite, como:
aumento do teor de células somáticas
presença de bactérias patogênicas
diminuição do teor de gordura
diminuição de proteína
Além disso, o leite de vacas com mastite pode ser contaminado com substâncias prejudiciais à saúde humana.
7. Existem novas pesquisas ou tecnologias para detectar e gerenciar a mastite?
A ciência não para. E o que temos visto na última década é um interesse cada vez mais concentrado em soluções para o universo do Agronegócio, por isso, desde tecnologias para plantações até métodos científicos para tratamentos veterinários tem evoluído com muita velocidade.
Existem exames em formato de testes rápidos de diagnóstico, que realizam a contagem de células somáticas e a identificação de patógenos específicos, bem como o desenvolvimento de vacinas e terapias alternativas para o tratamento e prevenção da mastite.
A saúde do leite reflete na saúde dos consumidores
Este guia tem a intenção de ajudar produtores encontrar um conhecimento fundamental e facilitado para identificação e tratamento da mastite bovina, pois a falta de observação desta condição pode levar o produtor a oferecer um produto nutricionalmente comprometido ao consumidor final, e isso pode influenciar, inclusive, na saúde deste consumidor, uma vez que a infecção pode levar a mudanças nas enzimas e proteínas do leite e essas mudanças podem afetar a digestibilidade e as propriedades nutricionais do leite.
Esperamos que você possa absorver este conteúdo e criam em sua fazenda um rotina de inspeção no seu rebanho bovino a fim de identificar a possibilidade de haver mastite em alguns animais.
Com isso você não só estará zelando pela saúde do rebanho, como também realizará um plano de ação preventiva da sua economia, já que a mastite traz consigo o prejuízo como consequência.
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